O Palácio Real de Queluz, também chamado de Palácio Nacional de Queluz, encanta pela sua imponência e pela exuberância dos seus detalhes arquitectónicos. Intimamente ligado às vivências de três gerações da Família Real portuguesa, e palco de intensas emoções, o palácio reflete a evolução dos gostos e estilos da época, passando pelo barroco, o rococó e o neoclassicismo.
É frequentemente comparado com o Palácio de Versailles, em França, o palácio Nacional de Queluz preserva, no entanto, uma forte identidade portuguesa e continua a ser um dos cenários preferidos do Governo para recepções oficiais e reuniões de Chefes de Estado internacionais.
A Sala do Trono é a maior das salas de aparato do Palácio, construída por volta de 1770. A delicada decoração em madeira dourada, ao gosto regência-rococó, de onde se destacam os enormes Atlantes que, aos pares, nos cantos da sala, parecem suportar o teto, é da autoria do escultor-entalhador Silvestre Faria Lobo. Os numerosos espelhos refletem a luz que emana dos monumentais lustres e das portas-janelas que se abrem diretamente para o jardim.
Aqui tinham lugar, no tempo de D. Pedro III e de D. Maria I, as grandes festas e receções. Mais tarde, passou a ser usada como Sala do Dossel ou do Trono. Por ocasião de batizados reais, em que o espaço da capela se revelava insuficiente, este espaço serviu também como espaço religioso improvisado, em ligação com a contígua Sala da Música, onde era montado o altar-mor.
O Corredor dos Azulejos é também chamado Corredor das Mangas, numa alusão às mangas de vidro que protegiam as velas que se presume terem sido aqui guardadas. Trata-se de uma sala revestida a azulejos, representando as estações do ano, os continentes, cenas da mitologia clássica, singeries, chinoiseries e cenas de caça.
Sala originalmente designada por Sala das Colunas ou dos Serenins, em alusão aos concertos promovidos por D. Pedro e D. Maria I. A grande pintura central do teto mostra a família real a participar num concerto. Os dois estrados com tronos justificam-se pela presença, em simultâneo, nas cerimónias desta sala, dos monarcas acompanhados pelos Príncipes do Brasil, título pelo qual eram conhecidos os Príncipes Herdeiros.
A partir de 1794, passa a ser designada por Sala dos Embaixadores: D. João VI escolhe-a para sala de audiências e beija-mão, que tinha lugar em dias determinados em que a nobreza, membros da corte e membros do corpo diplomático eram convocados ao Paço para beijar a mão e prestar homenagem ao monarca.
Os jardins de Queluz foram desenhados pelo arquiteto e ourives francês Jean Baptiste Robillion.
Os dois jardins superiores estão separados entre si e do resto do parque por balaustradas decoradas com esculturas em pedra.
O Jardim de Malta, de menores dimensões, (construído onde anteriormente se localizava um espelho de água), em frente às fachadas das Salas do Trono e da Música, era assim chamado em referência à Ordem de Malta, da qual D. Pedro III era Grão-Mestre.
O Jardim Pênsil ou de Neptuno, no eixo da Fachada de Cerimónias, deve o seu nome ao facto de assentar parcialmente sobre um reservatório que recolhe o excesso das águas dos dois grandes lagos que o decoram: o Lago de Neptuno e o Lago da Anfitrite ou da Nereida.
A decoração dos canteiros geométricos, delineados em buxo, sugere um “parterre de broderie” à francesa. Todo o conjunto se apresenta decorado com lagos, vasos, urnas e estatuária em mármore, provenientes na sua maioria de Itália, e ainda com esculturas em chumbo do atelier londrino de John Cheere, predominando as temáticas relacionadas com a mitologia clássica.
Sem comentários:
Enviar um comentário