Num país tão marcado pela cultura gastronómica e pela relação com a comida, não é de admirar que o espaço cozinha tenha voltado a conquistar as famílias portuguesas.
Tudo começou há pouco mais de dois anos, mas já todos conhecemos a história... de repente, vimo-nos forçados a viver em reclusão e a encontrarmos um novo mundo dentro da nossa própria casa, e se a princípio todos estávamos assustados, pouco a pouco fomos encontrando formas de transformar quatro paredes num mundo.
Para os fabricantes de cozinhas, o processo de
kitchen design já contemplava a importância da dinâmica familiar, e esta pandemia veio apenas reforçar a importância desta divisão da casa, onde agora os portugueses passam em média, mais uma hora e três minutos por dia na cozinha quando comparado com o período anterior à pandemia – na qual passavam cerca de 2,7 horas por dia, segundo um
estudo da Mastercard.
Numa casa portuguesa fica bem pão e vinho sobre a mesa
Dizem que a necessidade aguça o engenho e o ressurgimento dos hábitos culinários está a provar isso mesmo.
No início da pandemia foram muitos os que aproveitaram a oportunidade para melhorar os seus dotes culinários, quem já se esqueceu da febre do pão caseiro?
O estudo da Mastercard, indica também que 64% dos participantes no estudo afirma ter melhorado a sua técnica culinária durante este período. E que pratos foram mais confecionados pelos portugueses? As pessoas procuram consolo nos pratos favoritos da família.
Top 5 de pratos mais cozinhados
- Bacalhau à Brás (43%)
- Bifanas (37%)
- Arroz de Pato (34,8%)
- Caldo Verde (34%)
- Cozido à Portuguesa (29%)
E se à porta humildemente bate alguém, senta-se à mesa com a gente
A influência da TV, serviço de streaming e redes sociais também contribuiu para inspirar muitos portugueses (42%) a cozinharem o que veem no écran.
No entanto, além do lado prático, cozinhar desbloqueou, para 51% dos portugueses, o desejo de levar um estilo de vida mais saudável e, para 43%, de adquirir novas aptidões e passar mais tempo de qualidade com os familiares.
Mais da metade (55%) dos portugueses disse que as refeições trouxeram uma ligação maior entre as pessoas em casa, com 68% a referir que o ritual de se sentarem à mesa veio para ficar.
O ano que passou também foi palco de um renascimento do "jantar" para 49% dos cozinheiros domésticos portugueses, que continuaram a receber amigos, famílias ou as respetivas “bolhas”, sempre que era seguro fazê-lo.
Entretenimento alimentar
Ainda no mesmo estudo, podemos ver que os gastos com entretenimento alimentar também aumentaram, com equipamentos de cozinha, livros de receitas, louças e velas, todos passando por mini booms de procura.
Em termos de utensílios de cozinha, os produtos mais adquiridos foram recipientes para cozinhar como tachos e panelas (44%), e copos (25%).
Outros itens essenciais para a atmosfera de um bom jantar também estiveram em alta, com 19% portugueses a investirem em colunas inteligentes para música ambiente e em interruptores para a regular a iluminação.
Comida e mudanças no consumo
Num país onde a cultura gastronómica nos está nas veias, não é de admirar que a cozinha adquira grande importância, afinal, é lá que passamos parte do nosso tempo livre, seja a preparar ou a desfrutar de refeições em família.
E com as mudanças de consumo, surgem algumas necessidades de adaptar as nossas cozinhas à nova realidade e, quem sabe, melhorar os espaços de arrumação ou até investir finalmente na ilha de sonho que viu num filme de Hollywood.
Uma coisa é certa, no mundo dos fabricantes de cozinha, os olhos estão postos no futuro que atualmente nos pode parecer um pouco amargo, mas que, esperemos nós, em breve se torne mais doce.