Sushi Fest

Durante meses e um pouco por todo lado foi feita publicidade ao Sushi Fest: o auto-denominado o primeiro festival de sushi da Europa e que pretendia ser um festival gastronómico e musical com artistas portugueses de renome durante 3 dias, um conceito inovador e apelativo.

Desde o início achei que era o tipo de evento em que demasiadas coisas podiam correr mal: sushi, num espaço ao ar livre, com calor e os potenciais milhares de pessoas no mesmo local. E por isso,  a juntar ao facto do preço excessivo (mas há quem gaste tanto ou mais em concertos ou jogos de futebol portanto nada de estranho),  e o facto mas para mim foi evento que coloquei de lado... até ganhar um bilhete duplo para o mesmo poucos dias antes de começar.

Começando por aquilo que é o mais positivo neste evento e que é digno de elogio.

O espaço e o ambiente. Não conhecia os Jardins do Palácio Marquês de Pombal mas fiquei com vontade de regressar para conhecer melhor, os jardins são amplos e muito bonitos. 

O espaço foi bem aproveitado: áreas de lounge com puffs, áreas para comer e o melhor o Espaço Japão onde decorriam demonstrações, os workshops gratuitos e estavam presentes algumas marcas. O ambiente era descontraído e informal, se calhar até um pouco demais porque basicamente até tínhamos de comer de pé...

Deixo também o elogio à organização pelo facto de: existirem vários estacionamentos gratuitos próximos, quer a polícia quer o staff muito simpáticos e sempre disponíveis a dar todas as informações/indicações, e por último os wcs estarem limpos que normalmente é coisa complicada neste tipo de eventos.

Infelizmente, não me enganei quanto ao evento correr mal a julgar por todas as notícias que foram publicadas, bem como as reclamações feitas nas redes sociais por parte de quem esteve presente no 1º dia do evento (podem ver aqui, aqui e aqui). No 2º dia, pelo que tive oportunidade de ler tinha corrido muito melhor... mas é importante salientar que no 2º dia houve muito menos gente que no 1º. Portanto, já sabendo que iria no último dia do evento (Sábado) preparei-me psicologicamente: apreciar o espaço e se não houver confusão para comer excelente, caso contrário não nem pensar em esperar 2 ou 3 horas numa fila (não me cansem a beleza pá!) e já com 2 ou 3 alternativas alinhadas para jantar.

Ora, chegámos relativamente cedo para poder usufruir do espaço e ainda bem que o fizemos já que estacionamos perto com facilidade, pudemos assistir às demonstrações de taiko (tambores japoneses) e kenjutsu (sabre japonês), bem como participar no workshop de caligrafia japonesa. 

Constatei que pelas 19h30 já havia quem estivesse a comer sushi (o medo que acabasse devia ser muito!), nós fomos comer pelas 20h30 existiam várias filas nenhuma muito grande e demorámos cerca de 15 minutos na fila até termos os nossos combinados.

Passado ao combinado em si... como é que devo dizer isto... para um evento que se pretendia tão grandioso... a comida servida era patética, sofrível. 

O combinado quase só tinha salmão, vinham umas peças com sardinha que tinham um aspecto horrível, alguns rolos mal se tocavam desfaziam-se... ponto positivo: o peixe era fresco, os nigiris estavam muito bons e os makis também. 

Depois do prato maior, segue-se o prato pequeno e aqui as coisas pioram substancialmente: as filas são muito mais demoradas e qualidade do peixe é inferior.

Provámos os temakis de salmão e queijo-creme e camarão com manga, até nem tinham mau aspecto, mas a alga que envolve o arroz e o peixe parecia borracha! De seguida, uma espécie de mini-combinado... melhor apresentação, mas os sabores (e o peixe) eram mais do mesmo. Quanto ao sashimi, era servido salmão, atum e o peixe manteiga (não poderia ser mais banal) com o peixe a vir muito mal cortado.

Conclusão: para se fazer um evento deste género é preciso melhorar e muito a organização, e se eu tivesse pago o valor que era pedido por um bilhete duplo (quase 100€ bilhete normal) certamente teria ficado muito insatisfeita, porque de facto não cumpriu as expectativas que foram criadas ao longo de meses.